quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

se para cada vez que eu falasse no teu nome um novo desejo surgisse, não caberiam em mim tantos desejos. mas, se para cada vez que você passasse pelos meus pensamentos um deles fosse realizado, agora eu não teria desejo algum.

há dias em que nada me faria tão bem quanto o cheiro de banho recém tomado da tua pele, ou mesmo os mais profundos anseios dos teu olhos de ressaca que tentam me levar, como os da cigana dissimulada. nada me faria melhor do que a angústia que as tuas palavras insanas me fazem sentir, o calor que me dá quando sinto tua presença, o arrepio de um simples toque teu no meu corpo. o teu descontrole é vital para a minha sanidade e sem ele parece que tudo se transformou em telas mal pintadas de tons pastéis.


já não me servem os mantras que repito na cama antes de dormir tentando não desejar meu maior desejo. tudo que consigo com eles é pensar um pouco mais nos teus traços perfeitamente delineados. sem contar as vezes que te uso pra não temer o silêncio do meu quarto escuro. tua voz ecoa nas paredes geladas a ponto de transformar qualquer condicionador de ar em aquecedor. nada mais pode ser tão quente quanto a tua verdadeira presença, se só por ausência já és capaz de me fazer suar.


tudo isso se transforma em sonho quando finalmente consigo fechar os olhos e dormir. dos mais belos aos mais pecadores, não há um deles em que você não esteja. não há nada que eu goste mais do que tê-los; só então posso te encontrar e realizar os desejos que, durante o dia, atormentam meu corpo e mente.

e, adivinhe: estou indo dormir.

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