quinta-feira, 1 de maio de 2008

não importa o quanto eu tente esconder, há sempre um momento em que eu penso no "como seria se". e quando isso acontece as borboletas que pareciam ter voltado ao estágio de lagartas batem suas asas caóticas dentro do meu esôfago.
deve ser o curso natural das coisas. vem a tempestade, a calmaria e logo outra tempestade e poraí vai.

o fato é que esses pensamentos sempre vêm impregnados dessas sensações malucas que me assustam e me fazem não querer levantar. é como se, naquele exato momento, se eu tentar ficar de pé vou ser puxada por uma força maior que vai me jogar no chão. como se eu estivesse bêbada, embriagada. sob efeito de drogas psicológicas internas a mim e que por isso não consigo simplesmente jogar fora. é como roer unha, sabe? não dá pra parar se a unha esta sempre ali no seu dedo, e o dedo está na sua mão, e sua mão no seu braço, e etc etc etc...

e isso tudo tem um ritual, né? sim, porque não basta estar bêbada, tem que ter o clima. e aí você acha AQUELA música - é, aquela mesmo, que sempre dá o nó na garganta-, coloca ela pra repetir umas trinta e sete vezes e nota como ela sempre se encaixa quando você está assim. nota como a voz do cara é sutil, e fica se pergutando se ele realmente não pensou em você quando escreveu essa letra. afinal de contas, ela foi fetia pra você. mas, isso não vem ao caso agora. o importante mesmo é curtir as borboletas.

o importante é buscar nas lembranças o cheiro mais forte, o olhar mais doce, o toque mais suave, o abraço mais abertado, o beijo mais gostoso, a frase mais difícil de dizer e a mais difícil de engolir. buscar o dia mais legal e o mais triste, o encontro mais tenso ou o que não deveria ter acontecido nunca. ir atrás do que ja começa a encher de poeira e agora não é tão facil de lembrar. tentar deixa um pouco de lado as lembranças tão difíceis de esquecer mas que também ja não valem tanto a pena(essa é a parte mais complicada).

e, no final de tudo isso, sentar na frente do pc, abrir um antigo blog quase esquecido, soltar um punhado de palavras e ideia confusas, escutar mais uma vez a tal música, e voltar a realidade.


quero sair de casa e ter a certeza de que há vida fora da minha própria mente.

Um comentário:

sara castillo disse...

talvez achará estranho, mas tudo nos remete a água com gás - prolonga o paladar por mais alguns segundos.